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sábado, 22 de agosto de 2009

Pensamento

Porque é que nos irrita tanto que os outros “falhem”?

Para quem dá bastante valor a determinadas coisas, à moral das coisas, ou ao “bem” se quisermos, é usual ficar irritado com certas atitudes praticadas por outros. Para uns é insuportável assistir a atitudes egoístas da parte de outros, para outros é a indiferença que dilacera, para outros é a idiotice gratuita, e por aí fora.
Na verdade, o que é mesmo que irrita em todas estas coisas? Se formos lógicos com a coisa, por que é que nos haveríamos de importar se A, B ou C é a pessoa mais estúpida e idiota do mundo? Claro que há ocasiões em que essa estupidez afecta outros, ou mesmo a nós próprios. Nesses casos, é mais compreensível que nos irrite a injustiça. Mas mesmo assim, porque é que nos há-de irritar essa injustiça? De uma maneira fria e racional, tudo isto nos poderia passar ao lado, tornado pouco importante. Mas falando por mim, há uma carga muito forte e profunda na minha “não aceitação” e “irritação extrema” com estas situações.
Nunca dediquei uma atenção profunda ao que poderia explicar esta minha profunda antipatia por estas atitudes. E quando digo estas, é porque de repente não me lembro de mais nenhumas, pois há inúmeras situações e atitudes que me causam tanta repulsa como estas que indico. E porquê, pergunto eu? Do pouco que já pensei sobre o assunto, penso que uma grande parte se poderá dever à noção de “desperdício humano”. Explicando a coisa: a evolução constante e melhoria contínua é algo bastante importante e enraizado em mim. Então, se há coisa que abomine, é ver que alguém, ou algo, está a desperdiçar completamente algum potencial que tenha (esse alguém até posso ser eu própria, como muitas vezes acontece). Isto irrita-me principalmente quando é notório que este desperdício e falta de perseverança e esforço se deve simplesmente ao facto de ser difícil fazê-lo. Claro que é difícil! Mas muitas vezes o melhor caminho (no meu entender) é exactamente o mais difícil!
Causa-me tanto desgosto pensar, seja em que escala for, no completo desperdício de tudo nestas situações… Podemos imaginá-lo tanto a uma escala pequena como enorme! (sendo que, como em tudo, a escala de cada um é diferente da do próximo) Podemos pensá-lo também desde a escala individual, se pensarmos no tanto que um indivíduo em particular poderia já ter alcançado (e isto vai desde as coisas mais “palpáveis”, como o sucesso de determinada pessoa em seja o que for, até às coisas mais difíceis de outros verem, como o são as coisas interiores, e nem por isso menos importantes) como a uma escala global, se pensarmos na raça humana como um todo. Imaginem só, a uma escala global, onde poderíamos estar agora! Tanto, tanto potencial desperdiçado… Pensem bem, não vos dá uma pena imensa?


P.S.- Tentando explicar um pouco algumas coisas que digo acima: No meu texto, percebo que a questão passa tanto pelo desperdício individual, como pelo global. Porque digo isto? Pois uma pessoa poderia só se preocupar com a sua própria evolução, o seu próprio caminho, mas para mim, uma preocupação a esse nível passa automaticamente (em alguma fase desse caminho) para uma fase de preocupação “global” também. Ou seja, como uma espécie de preocupação “organismal”, digamos assim… Algo “universal”, se quisermos. Fazemos todos parte desse “organismo global”, que somos todos, ou que “é” todos nós. Como podemos preocupar-nos connosco sem nos preocuparmos com o nosso “organismo”?

3 melodias:

GotchyaYinYang disse...

Fantástico post e divagação! Demonstra a pessoa altruísta que és :)

Chuva de Verão disse...

Obrigada pelo elogio, mas para ser sincera, não me acho uma pessoa muito altruista. Pelo menos no sentido prático da coisa. Ou seja, se quisermos defini-lo mais "vagamente" como ter-se alguma preocupação não só com o próprio mas com o "destino" ou "caminho" do mundo em geral, pode-se dizer que sou um pouco altruísta, nesse sentido, mas se pensarmos no sentido concreto de altruísmo, acho que não sou muito... Claro que como quase toda a gente, se uma situação for "chapada" na minha frente, sou capaz de ajudar, mas tenho de admitir que, sinceramente, pouco faço "activamente" em relação a certas coisas com que me preocupo. Faço algumas coisinhas, relacionadas com certos assuntos, mas de maneira geral não diria que essa seja uma característica vincada em mim... Admiro as pessoas que fazem realmente alguma coisa activa em relação a isso... Eu "limito-me" a tentar ser o melhor que posso ser em relação a tudo... A fazer o meu caminho de uma maneira evolutiva, a, quando confrontada com certas situações, tentar ser justa, mas no mundo em que vivemos, e com as pessoas com que vivemos, será suficiente? Eu penso que seria se todos nós tentássemos "evoluir" em direcção ao "Bem" geral. Mas infelizmente isso não acontece...

GotchyaYinYang disse...

Tens razão... se todas as pessoas dessem um pouco de si, tudo melhorava em larga escala. Mas as utopias estão longe de se concretizarem...